sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Escolhas

Era uma manhã ensolarada. Mas isso não fez muita diferença pra ele, já que acordou as 2 da tarde, quando o dia já estava parcialmente nublado. Passou a madrugada lutando contra seus pensamentos, pensando em como o passado e o futuro se fundem numa coisa louca chamada presente. O presente é um presente. Pelo menos é o que a frase em ingles diz, Present is a gift. Pena que essa frase é um lixo em português, mas não dá pra ter tudo na mesma língua. Quando o capitão do time de português tirou timinho com o capitão do time inglês, escolheu a saudade primeiro. Também tomou algumas decisões ruins, como definir inadimplente como devedor e não como filho da puta ou algo pior. Tinha potencial, hoje é desperdiçada em reuniões de banco pra se referir a uma parcela de clientes. Mas quem realmente levou a melhor foi o time alemão, que ficou com a habilidade de juntar palavras pra criar uma nova com significado único. Isso veio ao custo de uma fonética agressiva, mas acho que valeu a pena. Se eu falasse alemão só ia inventar minhas próprias palavras. Não sei se é particularmente assim que funciona, se só funciona para adjetivos ou se eu ia parecer um imbecil falando desse jeito. Talvez antros. Antros é uma das palavras que o capitão do time de português perdeu a chance de escolher. Pra quem desconhece o significado, antros é o equivalente a ambos, mas para 3 termos. Falando em antros, quase me esqueci de voltar ao protagonista (a profissão dele é antropólogo). Na verdade, eu nem pretendia faze-lo. Os protagonistas e as histórias são só álibis (temos essa palavra e não antros) para que nós narradores possamos expor nossas próprias ideias. E nós, por nossa vez, somos só álibis dos autores, que exploram nossas vozes aveludadas para darem um tom grandioso e eloquente à sua imaginação acriativa (essa a capitão acertou em não escolher).

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