quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Bem comum

São 6:02 e o dia de trabalha acabou de começar. Centenas de homens engravatados e carecas infestam a grande e bem iluminada sala. O barulho é ensurdecedor. Gritos, telefonemas, campainhas, alarmes, clicks. Incessantemente correm os homens, carregendo pilhas de papéis enquanto tentam abrir caminho pela multidão. Sem pausas para tomar fôlego, eles checam emails, leem cartas e atendem telefonemas. As mensagens chegam ininterruptamente: "Não vejo a hora de acabar" "só mais 5 minutinhos" "espero que passe voando" "um segundo, já vou"  "assim eu vou chegar atrasado" "bem que podia chegar logo". No centro da sala, um gigantesco relógio de mármore bate sem parar, ao qual os homens dirigem seus olhares preocupados a todo instante. Todos gritam em direção a um pequenino homem barbudo, sentado num banquinho ao lado do relógio, que gira uma velha manivela de madeira continuamente. Só se ouvem duas coisas no ambiente: "Mais rápido!". "Mais devagar!". Nenhum dia de trabalho é fácil no Ministério do Tempo.

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